06 January 2016

cá dentro

Sintra


Lá fora, a chuva cai ininterruptamente.  Uma chuva leve, suave e delicada. Nos vidros, acumulam-se gotículas que reflectem os tons quentes do interior. Lá fora, um vento suave faz-se ouvir amiúde. Lá fora, o verde dos campos intensifica-se e pinta os sonhos de uma liberdade contida. Cá dentro, a lenha vai ardendo lentamente, envolvendo as conversas com o seu calor morno. Cá dentro, desfiam-se novelos de segredos mal guardados pelo tempo. Cá dentro, sentem-se as palavras proferidas num limpar de alma sereno, sem ressaltos, sem medos. Cá dentro, o tempo flui sem pressas, lentamente. Cá dentro.