29 June 2016

amor

Parede

Pode ser que matando o amor pelos outros...

29 April 2016

trilhos

Zambujeira do Mar

Sou o que sou
nada perante a imensidão
do mundo
do vazio
que corta a pique
a alma
que anseia
o coração que sofre.
dor
vazio profundo
perdida no mundo
que tudo absorve

27 April 2016

amor

Parede


Que seria da vida sem amor?
Eu amo incessantemente!

Amo a chuva que cai no inverno, que nos molha com as suas gotas frias até aos ossos. Amo o cheiro da terra molhada que fica a pairar no ar. Amo os pássaros que cantam aos primeiros raios de sol, acordando-nos do terpor de uma noite mal dormida. Amo o constante vai e vem das marés, que levam e trazem a areia que se cola na pele. Amo o som forte e poderoso das ondas de um mar de inverno. Amo o murmurar suave das tranquilas ondas de verão. Amo as flores de imensas cores espalhadas pelo campo. Amo o verde dos campos. Amo as árvores quentes e de casca grossa, que já viveram tanto e tanto teriam para nos contar, soubessemos nós ouvir. Amo o restolhar das florestas cheias de vida. Amo o som dos passos por entre os seus trilhos. Amo o sol morno da primavera. Amo a luminosidade de um dia de outono.  Amo o crepitar de uma lareira a acender. Amo a vida e tudo isto é viver.

Até amo pessoas, nem sempre as mais óbvias. As renziguices de umas, os sorrisos de outras. Uma boa conversa, mesmo quando é pouca. Até amo pessoas, mesmo quando me chamam de louca.

25 February 2016

enjoy living

Cascais


Em algum momento das nossas vidas, o caminho pode surgir cheio de pedras, rochedos (in)transponíveis, que nos desiludem, desmotivam, dificultam o percurso e atrasam a jornada. Mas o certo é que, independentemente do tempo que levarmos a atravessar essa etapa, vamos acabar por chegar a um ponto da viagem em que o caminho se suavisa, vislumbra-se a acalmia e a linha do horizonte torna-se mais nítida. O segredo? Não desistir nunca de percorrer o caminho e usufruir o melhor possível da viagem. Enjoy living...

24 February 2016

13 February 2016

obcessão

Carcavelos


Qual será o dia em que morrerás dentro de mim? 
Aquele em que eu renascer livre de ti!

01 February 2016

tuatha de

Sintra

Caminhava meio perdida, por entre pensamentos soltos que tentava unir, quando te vi a olhar para mim. Não sei bem se olhavas para mim ou através de mim. Não sei bem se olhavas. Nem sei bem se te vi. Um restolhar fez-me desviar o olhar por segundos, e quando olhei novamente já não estavas ali. Chamei-te. Primeiro baixinho, a medo, na incerteza de seres tu, na incerteza de ser eu. O silêncio devolvido pela natureza, que tudo é menos silenciosa, fez-me estremecer. Chamei-te. O som da minha voz levado pela brisa suave, diluía-se sem retorno. Chamei-te. Os pássaros fizeram-se ouvir. Nada mais. Nem um som teu. Nem um olhar por entre a folhagem. Caminhava meio perdida, por entre pensamentos soltos que tentava unir, quando julguei que te vi a olhar para mim.

06 January 2016

cá dentro

Sintra


Lá fora, a chuva cai ininterruptamente.  Uma chuva leve, suave e delicada. Nos vidros, acumulam-se gotículas que reflectem os tons quentes do interior. Lá fora, um vento suave faz-se ouvir amiúde. Lá fora, o verde dos campos intensifica-se e pinta os sonhos de uma liberdade contida. Cá dentro, a lenha vai ardendo lentamente, envolvendo as conversas com o seu calor morno. Cá dentro, desfiam-se novelos de segredos mal guardados pelo tempo. Cá dentro, sentem-se as palavras proferidas num limpar de alma sereno, sem ressaltos, sem medos. Cá dentro, o tempo flui sem pressas, lentamente. Cá dentro.